Ainda
no século XVI, em torno das nascentes e dos cursos de água abrigados
pela Serra da Santa Cruz, procurou refúgio a bandeira de Belchior Dias
Moreia e, depois, já no século XVII, as expedições que a esta
se seguiram em busca do eldorado que haveria no nordeste do estado
da Bahia – a própria serra chegou a ser objeto dessa miragem (Cunha,
1902). Em 1775, foi uma fonte de água que resistia em meio a uma seca
rigorosa que atraiu o interesse do frei capuchino Apolônio de Todi para
a então chamada Serra do Piquaraçá. O frei italiano, que buscava um
lugar para instalar uma missão, achou a serra parecida com o Monte Sião
de Jerusalém – segundo dizem as fontes históricas –, motivo pelo qual o
frei teria sido tomado pelo propósito de construir uma via sacra ao
longo dos 3 km desde o sopé até o pico da serra, onde está localizada a
Igreja da Santa Cruz, a cerca de 400 metros de altura. Trata-se de um
“prodígio de arquitetura rude e caprichosa”, como a descreveu séculos
depois, Euclides da Cunha, em seu relato sobre a Guerra de Canudos, da
qual o município de Monte Santo foi um dos principais cenários.
A Serra da Santa Cruz recebe todos os anos milhares de romeiros dispostos a percorrer os três quilômetros do caminho sagrado cuja construção data do século XVIII. Atento à grande importância ambiental, cultural e religiosa dessa serra não só para os moradores do município de Monte Santo e regiões vizinhas, mas também para todo o Brasil, em 1983, o Iphan a tombou como patrimônio paisagístico, histórico e cultural.
O filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de 1964, do cineasta baiano Glauber Rocha, com as memoráveis sequências que têm a Serra da Santa Cruz como cenário, deu corpo e novas cores à belíssima descrição que o livro Os sertões fizera da natureza e da paisagem da serra ainda em 1902.
A Serra da Santa Cruz recebe todos os anos milhares de romeiros dispostos a percorrer os três quilômetros do caminho sagrado cuja construção data do século XVIII. Atento à grande importância ambiental, cultural e religiosa dessa serra não só para os moradores do município de Monte Santo e regiões vizinhas, mas também para todo o Brasil, em 1983, o Iphan a tombou como patrimônio paisagístico, histórico e cultural.
O filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de 1964, do cineasta baiano Glauber Rocha, com as memoráveis sequências que têm a Serra da Santa Cruz como cenário, deu corpo e novas cores à belíssima descrição que o livro Os sertões fizera da natureza e da paisagem da serra ainda em 1902.